15 janeiro, 2012

Lendo...

"...quase não viu o pequeno envelope que escorregara para o canto e onde estava escrito seu nome.
Não estava colado.
' Meu único amor...'
Era uma carta de amor. Escrita e enviada para ela. Somente para ela...
'Como posso amá-la tanto? Deixe-me dizer as maneiras...' 
(Eram vinte e sete)
Vinte e sete razões pelas quais ele a amava e eram todas dele! Nem de Shakespeare, ou Donne, ou Dryden ou Elizabeth Barrett Browning, mas de Adam Blake... completas e lindas, sem adornos, simples e apaixonadamente sinceras.
'Nunca me senti tão só como quando ela morreu, mais ferido e doente com tristeza e dor... até hoje.
Eu sabia que amava você, mas até hoje não creio que na realidade soubesse o quanto...
Preciso de você , muito mais do que pode imaginar, não por sua gloriosa generosidade na cama, não por sua risada, sabedoria, inteligência, embora tudo isto faça parte do meu amor, mas além de puro egoísmo, por mim...
Não posso deixar que se vá, nem mesmo por um dia, sem dizer o que sinto. 
Não te amei com meus olhos, mas com meu coração e minha mente. Se não acreditar em mais nada, acredite pelo menos nisso. Quero te amar, viver junto, casar e ter filhos. Quero ser aquele sensual amante fantasma que você inventou, mas também o homem de carne e osso que pode transformar seus sonhos em realidade... Ontem à noite prometi que faríamos um amor doce e vagaroso mas eu estava muito ansioso para completar nosso relacionamento físico. Perdi o controle e não mantive minha promessa... .'"
Um leve ruído na porta.
Ela olhou e foi transportada na hora para o passado. Ele estava lá, olhando para dentro através do vidro, mas em vez do olhar misterioso e cruel ela via apenas dor e incerteza, revelando toda honestidade que ele colocara na carta que tremia em suas mãos.

(A P U D)

Pensamento do dia...