
Hoje posso dizer que descobri o motivo de minha neura em dirigir automóvel.
Quando mais jovem, não percebia que a idade em que todo adolescente ( ou pós ) se encanta por carro estava passando batido na minha vida.
Mas devo confessar que houve um episódio que foi de fatal relevância para o temor que desenvolvi ao volante.
Há muitos anos estava reunida numa mesa de trabalho com algumas colegas.
Conversávamos sobre bobagens divertidas e outras tristes e não me lembro exatamente como surgiu o assunto. Uma delas começou a narrar a forma como perdeu sua mãe num acidente de carro.
Está tão fresco em minha memória como se tivesse acabado de acontecer.
Todos na mesa silenciaram-se para ouvi-la.
“... minha mãe colidiu seu fusca com um ônibus... foi tão violento que ela não teve nenhuma chance de sobreviver.... ficou toda desfigurada.... a família contratou um maquiador de cadáveres para deixá-la com uma aparência melhor para o velório“
Enquanto ela narrava detalhes do acidente e dos sentimentos dela, parecia que um filme passava na minha frente. Eu podia ver tudo como tinha acontecido. Fiquei perplexa com sua narrativa ainda mais quando ela disse que o profissional contratado tinha feito um excelente trabalho no rosto de sua mãe e que ela não apresentava marcas do acidente.
“... estava tão bonita... parecia que estava dormindo...”
Que loucura! Eu vi tudo na minha frente! A expressão de horror no rosto de sua mãe quando o ônibus veio por cima do seu carro, seu rosto desfigurado, o maquiador debruçado sobre o corpo inerte em cima de uma maca e o funeral, onde todos olhavam para seu semblante, agora sereno....
Se algum dia a vontade de dirigir fosse aflorar em mim ( mesmo que tardiamente ) essa possibilidade se esvaiu no minuto e meio que durou a narrativa da minha colega.
Já pensei em procurar um lugar especializado com tratamento psicológico para quem quer pegar no volante, mas definitivamente NÂO.
Vou levando minha vida me arrastando pelos metrôs da cidade. Não vai ter jeito.
Quando mais jovem, não percebia que a idade em que todo adolescente ( ou pós ) se encanta por carro estava passando batido na minha vida.
Mas devo confessar que houve um episódio que foi de fatal relevância para o temor que desenvolvi ao volante.
Há muitos anos estava reunida numa mesa de trabalho com algumas colegas.
Conversávamos sobre bobagens divertidas e outras tristes e não me lembro exatamente como surgiu o assunto. Uma delas começou a narrar a forma como perdeu sua mãe num acidente de carro.
Está tão fresco em minha memória como se tivesse acabado de acontecer.
Todos na mesa silenciaram-se para ouvi-la.
“... minha mãe colidiu seu fusca com um ônibus... foi tão violento que ela não teve nenhuma chance de sobreviver.... ficou toda desfigurada.... a família contratou um maquiador de cadáveres para deixá-la com uma aparência melhor para o velório“
Enquanto ela narrava detalhes do acidente e dos sentimentos dela, parecia que um filme passava na minha frente. Eu podia ver tudo como tinha acontecido. Fiquei perplexa com sua narrativa ainda mais quando ela disse que o profissional contratado tinha feito um excelente trabalho no rosto de sua mãe e que ela não apresentava marcas do acidente.
“... estava tão bonita... parecia que estava dormindo...”
Que loucura! Eu vi tudo na minha frente! A expressão de horror no rosto de sua mãe quando o ônibus veio por cima do seu carro, seu rosto desfigurado, o maquiador debruçado sobre o corpo inerte em cima de uma maca e o funeral, onde todos olhavam para seu semblante, agora sereno....
Se algum dia a vontade de dirigir fosse aflorar em mim ( mesmo que tardiamente ) essa possibilidade se esvaiu no minuto e meio que durou a narrativa da minha colega.
Já pensei em procurar um lugar especializado com tratamento psicológico para quem quer pegar no volante, mas definitivamente NÂO.
Vou levando minha vida me arrastando pelos metrôs da cidade. Não vai ter jeito.